Marcos Roberto de Souza Peres, Mariel Muraro
Publisher Appris
Overview: Na década de 1980, o Brasil dava seus primeiros passos para o processo de redemocratização, iniciado no ano de 1974 com o processo de reabertura política, sinalizando que o país caminhava para o fim do período dos governos militares. Como parte desse processo, as polícias militares precisavam modificar a sua atuação, que ficou marcada pela truculência e pela constante limitação dos direitos da população. Dessa maneira, iniciou-se, no estado do Rio de Janeiro, uma forma de atuar da polícia baseada numa aproximação maior entre a polícia e a comunidade, buscando uma participação solidária entre os agentes públicos e as pessoas, de modo que todos se comprometessem em desenvolver ações mais efetivas de segurança pública. Essa nova forma de agir foi denominada Polícia Comunitária e se difundiu por vários estados brasileiros em meados da década de 1980, sendo a promessa de uma polícia do futuro. Hoje, no ano de 2020, mais de 30 anos se passaram e essa forma de agir se propagou pelo Brasil, consolidando-se como a solução dos problemas de segurança pública enfrentados em nosso país. Porém, como podemos perceber nos noticiários diários, de fato, o que se prometia não foi alcançado. A reflexão sobre os motivos que impedem a polícia comunitária de atingir todo do seu potencial no Brasil nos levou a escrever este livro, que esperamos possa motivar e também fazer refletir, sob o paradigma teórico da criminologia crítica, o que pode ser mudado na forma de agir das polícias, para a que a polícia comunitária seja efetiva no país.