Cláudio Andrade Rêgo
Overview: O acesso indevido a sigilos organizacionais – aqueles os quais, pela sua relevância, exigem medidas especiais de proteção – sempre foi grande fonte de atenção
das Organizações, tendo sido suas técnicas de obtenção, por um lado, e de neutralização, por outro, compiladas, organizadas e transformadas nas Atividades de Inteligência Externa, de Inteligência Interna e de Contrainteligência, ou, de forma resumida, nas Atividades de Inteligência.
Enquanto a Inteligência Externa proporciona melhores decisões no tempo e na maneira adequados, a Inteligência Interna e a Contrainteligência utilizam as medidas preventivas e reativas necessárias à proteção do negócio e aos seus próprios sistemas e processos de coleta de informações para negócios futuros, por meio das técnicas próprias dessas Atividades, como o monitoramento, a desinformação e a dissimulação. Assim, enquanto Informação custa dinheiro e tempo, Inteligência produz dinheiro e compra tempo.
Presentes em todas as grandes decisões, seja proporcionando Assessoramento ao Estado ou fornecendo Competitividade às Empresas, e historicamente de uso restrito aos círculos militares, já há algum tempo os conceitos dessas Atividades vêm sendo empregados por milhares de Organizações privadas, preocupadas com o acirramento da concorrência, o vazamento ou a fuga de informações e a defesa de seu patrimônio intelectual, seja esse físico, eletrônico ou composto por valores intangíveis tais como a credibilidade, por exemplo. Todas as Empresas listadas na Fortune 500 tem um Departamento de Inteligência, normalmente sob outro título, visando dar discrição à Atividade.
Sua atual utilização como ferramenta-chave na gestão de negócios, assim, pode representar uma grande vantagem competitiva ou uma séria ameaça corporativa, já
que são registrados continuamente casos de fraudes internas, concorrência desleal e furto de informações, e até o seu uso, com regularidade, pelo Crime Organizado. Dessa forma, torna-se necessário definir, na Organização, uma Área específica, ligada ao seu mais alto nível decisório, cuja finalidade exclusiva seja centralizar os Programas de Inteligência naturalmente dispersos por diversos Departamentos da Organização, e desenvolver uma cultura de Produção, Aquisição e Proteção da Inteligência, visando garantir, principalmente, Controle de Ativos e Recursos de Informação, Imagem de Marca e Conformidade Legal (“Compliance”).