Gustavo Caleffi
Maison d’édition Squadra
Résumé: CAOS SOCIAL – A DURA REALIDADE!
Venho cada vez mais ouvindo comentários que o que estamos vivenciando em nosso país, em termos de violência, deve ser considerado como Guerra Civil. No programa de rádio Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, ouvi comentaristas afirmarem isso. Realmente, é esta a impressão que se tem.
Porém, se formos estudar esse assunto com profundidade, chegaremos à conclusão de que o Brasil não está em meio a uma Guerra Civil, pois, para isto, seria necessário que tivéssemos dois ou mais grupos organizados e armados, lutando entre si pelo governo do país ou pelo controle de algum território.
INFELIZMENTE não é essa a nossa realidade. Considerando o crescente índice de criminalidade, os motivos banais que levam pessoas ou grupos a cometerem crimes e a desestruturação cada vez maior dos órgãos de segurança pública, após muito estudo chegamos à conclusão de que realmente estamos tentando sobreviver no CAOS SOCIAL.
Isso mesmo. Dessas palavras são muitos fortes, e é difícil aceitarmos essa realidade, mas, quando temos pessoas sendo brutalmente assassinadas a qualquer momento do dia, em qualquer local das cidades, com pouco controle por parte das forças de segurança do Estado, com um grau de impunidade altíssimo, podemos concluir que realmente chegamos ao fundo do poço, ou seja, ao CAOS SOCIAL.
Perguntas ao leitor:
1) Que nome se dá quando temos pessoas sendo assassinadas por motivos como roubo de carro, roubo de notebooks, roubo de baixos valores monetários, muitas vezes sem a vítima esboçar qualquer tipo de ação, muito menos de reação, simplesmente sendo alvejadas e se tornando mais um número nas estatísticas das secretarias de Justiça e Segurança?
2) Que nome se dá quando pessoas são assassinadas por qualquer motivo, e a sociedade aceita esse absurdo calada, sem manifestar nenhuma revolta, sem cobrar absolutamente nada do governo, alegando que não há o que fazer?
3) Que nome se dá quando pessoas de bem, como os leitores desta coluna, são obrigadas a se aprisionar dentro de suas casas, atrás de grades e sistemas de alarmes, abrirem mão de sair à hora que bem entenderem de suas residências, pelo risco de serem assaltadas na rua em qualquer local e horário?
Realmente não me sinto confortável em apresentar este triste diagnóstico, mas, como estudioso da área de segurança urbana, sinto-me na obrigação de pelo menos alertar que o problema é realmente muito maior do que temos noção, e que se nós, cidadãos de bem, não iniciarmos uma campanha muito forte de cobrança de nossos direitos de segurança aos nossos governantes, e tomarmos cuidados redobrados com relação a nossa própria segurança, a situação que já está insustentável se tornará irreversível.
Faça a sua parte, eu acredito ter iniciado a minha!