KPMG
Résumé: Logo na abertura da Conferência Anual do ACI Institute, que este ano aconteceu em San Diego, na Califórnia, Ian Bremmer, presidente do Grupo Eurásia, apresentou o que ele considerava os dez maiores riscos aos negócios em
âmbito global no ano de 2018. Foram eles: o avanço da influência chinesa, conflitos geopolíticos, a Guerra Fria da tecnologia entre EUA e China, as questões políticas no México, a relação entre Irã e Estados Unidos, a erosão
das instituições, o aumento do protecionismo, Brexit, política ideológica no sul da Ásia e segurança na África. Os riscos tornaram-se indissociáveis dos negócios e, em um mundo cada vez mais globalizado, o aumento do protecionismo americano ou o avanço do populismo na Europa influenciam até mesmo o dia a dia de pequenos empresários no Brasil.
Um exemplo recente, que corrobora essa percepção, é a nova Regulação Geral de Proteção de Dados europeia, que entrou em vigor em maio desse ano e inspirou a recém aprovada lei de proteção de dados brasileira. De acordo com as novas regras, toda empresa que utiliza dados de cidadãos da União Europeia, em qualquer lugar do mundo, precisa cumprir com requisitos legais que incluem apontar responsáveis pela gestão dessas informações e um prazo limite de 72 horas para que vazamentos sejam reportados às autoridades.
Atuamos em um ambiente conectado, onde os eventos se desenrolam rapidamente e a agenda dos principais riscos muda com velocidade alucinante. Mais do que nunca, as lideranças precisam estar atentas à geopolítica e considerála em seus respectivos negócios. O ambiente de incerteza traz um componente positivo: mantém os riscos no radar dos administradores. Em uma votação interativa realizada na 63ª Mesa de Debates do ACI Institute, no Brasil, a maioria (25%)
dos conselheiros de administração, conselheiros fiscais e membros de comitês de auditoria presentes declarou que a principal preocupação nas empresas que atuavam era com um conhecimento mais profundo de gerenciamento de riscos. Faz sentido. Na terceira edição da Pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil, da KPMG, apesar de 64% das 450 empresas da amostra confirmarem que contam com um processo de avaliação de riscos alinhado com os aspectos de compliance, 36% informaram desconhecê-lo.