Claudia Moraes Trindade, Davyd Spencer Ribeiro de Souza, Edgard Vinícius Cacho Zanette, Fernando César Costa Xavier, Pablo Ornelas Rosa, Simone Souza da Costa Silva
Maison d’édition CRV
Résumé: Desde os gregos, ética e cidadania acontecem na pólis (cidade). O justo é coisa da cidade e viver junto exige compromisso ético. Ser cidadão só é possível na cidade. Os desafios para a vida conjunta, coletiva, são desafiadores. Os desejos humanos são infinitos, mas os recursos são escassos. Esta perigosa dicotomia, sem adequada mediação, é uma marca que rasga o real em suas contradições. Sempre corremos o risco das crises, da falência do Estado, da guerra de todos contra todos, da espoliação do que é público. A construção de uma sociedade envolve a busca continuada em pensar o problema da violência e do conflito. Amamos a liberdade, mas, também amamos a segurança. Ora, como conciliar liberdade e segurança? Produzir cidadãos éticos e cuidar da segurança do que é público (segurança pública) são, talvez, os maiores desafios de uma nação. Pensar a ética, sabendo que a violência sempre está presente e que ela faz parte de nós, pode contribuir para um tratamento científico e menos romântico dos nossos problemas. A falta de planejamento, de método, de conhecimento, não perdoa, e não é sem razão que a explosão da violência e da corrupção assola o nosso país. É preciso envolver o âmbito repressivo com a educação. Os órgãos de segurança pública, isolados, solitários, são incapazes de mudar o real, até porque em sociedade ninguém faz nada sozinho. A administração da ordem, através do monopólio da força, responsabilidade do estado, pode nos deixar a sensação de que não somos responsáveis pelos problemas que estão aí. Mas, infelizmente, temos nossa parcela de culpa. Como diria o filósofo Hegel: a culpa é do todo. Cuidar do que é público, do que é comum, é dever de todos.