Résumé: Desfazendo Mitos
Ideias preconcebidas. Argumentos vagos. Raciocínio não tão lógico. A existência de pensamentos enraizados porque ninguém questiona é algo comum e também muito prejudicial em alguns casos. Os criadores de mito estão aí, sempre espalhando o que seria a verdade absoluta, quando, na verdade, uma pequena pesquisa ou dados consistentes derrubam a tese defendida.
A segurança privada há muito tempo tem sido vítima de um desses mitos. Segundo os “especialistas”, o segmento cresce devido ao aumento da violência. Na cabeça dos criadores de mito, quanto maior for a criminalidade, maior será o crescimento da nossa atividade.
Felizmente, nos últimos meses, temos conseguido derrubar esse mito. Informações do V Estudo do Setor da Segurança Privada (ESSEG) mostram que, nos anos de 2015 e 2016, aproximadamente 60 mil trabalhadores perderam o emprego no nosso segmento, cerca de 9% do total de empregados à época, número bem próximo aos 7,4% que a economia encolheu no período.Esses dados evidenciam o que dizemos há anos: a segurança privada cresce em meio a economia forte e não com o aumento da violência. Ou alguém acredita que a violência no Brasil diminuiu?
O ESSEG também revela que, com índices de criminalidade bem inferiores aos nossos, a União Europeia apresenta uma concentração de vigilantes e empresas superior à do Brasil. Mais uma vez está comprovado que a segurança privada, assim como outras atividades econômicas, depende de uma economia fortalecida para crescer.
Não é, porém, só esse mito que o Estudo derruba. Cerca de 70% dos vigilantes que atuam em nossas empresas possuem ensino médio ou mais, o que contraria o senso comum de que a segurança privada tem profissionais pouco qualificados.
Desmistificar essas ideias preconcebidas é algo que só é possível com informações precisas. E é justamente isso que o V ESSEG faz. Mostra a grandeza do segmento. Nosso faturamento em 2014 correspondeu a cerca de 0,6% do PIB. Além disso, temos aproximadamente 2.600 empresas e 600 mil trabalhadores. Esses dados embasam argumentos sólidos em discussões com os três poderes, contratantes, imprensa e sociedade em geral e ajudam a solidificar o trabalho da Federação perante o Congresso Nacional na busca pela aprovação, em definitivo, do Estatuto da Segurança Privada.
Como sempre gosto de dizer, a informação é o que separa o sucesso do fracasso. Nesse quesito, estamos muito bem, obrigado. O trabalho feito pelo Departamento de Estatística da Fenavist e pela Consultoria Econômica da entidade foi fantástico.
Em meio a tantos mitos que estamos derrubando, tenho certeza de que mais um deixará de existir nos próximos meses. A aprovação da reforma trabalhista é um passo importante para todos os setores econômicos do Brasil. A Fenavist sente muito orgulho de ter participado das discussões, inclusive sugerindo alterações acatadas no texto final. Está claro que nenhum direito dos trabalhadores foi retirado.
Com os benefícios que serão decorrentes das alterações na legislação trabalhista, empregos devem ser mantidos em meio à crise. Outros serão criados. Com isso, os trabalhadores e sociedade perceberão que era equivocada a ideia de que a reforma seria prejudicial.
Agora, esperamos que o Governo e o Congresso Nacional aprovem a reforma da previdência. Outro mito que precisa cair é o de que na falta de recursos, a solução é o aumento de imposto. Ou seja, reforma tributária já!
Esses passos são fundamentais para que a nossa economia volte a crescer e o País a se desenvolver.
Jeferson Furlan Nazário
Presidente Nacional da Fenavist